domingo, 11 de junho de 2017

Cicatriz

Num momento infeliz
Descuido dilacerado
Deveras sua dor
Fora aprendizado.

Escorre quente
Fluente encarnado
Consertes o dissabor
De um corte retratado.

Espasmos contidos
Ao pus latejado
Jaz és dolorido
Há gaze vedado.

Mal que tens
Quando se diz vai
Tu vens!
Hematoma pontilhado.

Mas quando se dizes vem
Refuto ansioso
Quisera ficar aquém
Desse doloroso recado.

Ah, bem!
Cuida angustiado
Sim, acostumou-se
Tanto machucado.

Enferma tua dor
Circulação interrompe
De cortes na mão
No pulso e no coração.

Ah, se há dor
De um pequeno amor
Sarando ao tempo
Tecido sangrento.

As vezes em anestesia
Com momentos de alegria
Mas se pulsa nervoso
Lembrando, passou.

Essa marca
Será eterna
Para sempre
Eu e ela.

Cicatriza essa dor,
Por favor!


~ Rhony Amaral ~



Um agradecimento especial a todas as pessoas que me ajudaram a construir esse texto, sobretudo disponibilizando-se a leitura e interpretação. Segue a lista com muito carinho:
Valério Neto
Andréa Gonçalves
Alan Nogueira
Flor Soares
Ana Paula
Gui Cardoso
Kevin Mourão
Alexandro Junior Lima
Enedino Moura
Ananias Teles
Camilla Alexandre
Luiz Ricardo Ferreira
Ana Guedes
Thamara Souza
Ionara Resende
Renan Renan
Mariana Campos
Haryssa Sicilliana
Mayara Cristina
Tiago Alves
Enaie Apel
Junior Marks
Hanna Vieira
Yara M. Santos
Luk's Silva
Rafaela Pettrovic III
Slanne Mello

(Dentre outras pessoas que sempre me acompanham. Muito grato!)

sábado, 10 de junho de 2017

Relatos de uma Subjetividade Amorosa


Quem diria um dia uma história acontecer assim, aquilo que parecia impossível, deixou de ser um sonho e se tornou real, um vir a ser constante acontecendo natural

Uma menina linda, e ao mesmo tempo triste, desacreditava em suas próprias virtudes, trazendo seus monstros internos para o externo, passou a ter em sua vida aquilo que sempre desejou

Olhava para ele de maneira superficial, mas não imaginava que dentro daquele corpo, batia um coração puro e natural

Ele daria a ela tudo que sempre desejou: carinho, lealdade e autoconfiança, mas a sua vida era cheia de insegurança

Oh, menina, triste em ver tua vida regida por escombros que irão nos impedir eternamente de viver, porque no seu passado não souberam, cuidar da beleza que existia dentro de você

Oh, menina, estou partindo meu amor, está saindo porta a fora, o homem que você sempre desejou

Espero que você supere minha ausência nesse momento, e desejo que o seu próximo amor não seja pequeno


Oh, menina, não quero jamais te ver sofrer, e tomara que em sua vida, alguém te ame verdadeiramente como amei você.


Por Marciano Júnior

domingo, 21 de maio de 2017

Concílio com a Liquidez Profunda do Parnaíba

Um certo dia da beira do cais

Vivenciei coisas que me fizeram perceber a beleza do ser

Ser uma liquidez dura? Ou uma liquidez dotada de doçura?

Isso quem narra são os momentos

Mas que tipo de momentos?

Um existir de subjetividade, plantas e águas dotadas de movimento

Conclusão: sentimos a profundidade da dor


E ao subirmos para respirar, encontramos a vontade de potência de todo o existir: o amor.


Por Marciano Júnior

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

NICOTINA

Sentir falta a ponto de dar espasmos
Frio na barriga, sem fome
Congelar seu sangue
Estourar os ouvidos
Retorcer pernas e ombros
Sair por aí voando em um sonho
Dormir novamente ao lado
Numa calçada de cogumelos
Abrir os poros, insinuar
Um chuva ácida no céu da boca
Ser primeiro e último pensamento
Não dormir por conta de um porre seu
Insônia materializada na almofada
De afastar querendo perto
Mas nem sei se isso é certo
Te amar ou morrer...

É pequena
Seu nome tem oito letras
E me mata de saudade a falta...
Perdi vinte "quilos" da alma
Luto contra próprio desamor
Meus músculos são de vidro
Minha força é a dor
Meu sangue em turbulência
Oxigênio rarefeito
Vista era azul, jas cinzenta
Aos estalos dos dedos fissuras
Insetos pelos meus ouvidos
Atadura por todo corpo
Personificação do fracasso
Eufemismo da depressão
Metáfora de belos romances
Que em sonho eternizou
Morte ou lamúria
Drama ou franqueza
Um duque sem realeza
Esperança desandou.

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Ruínas

Por dentro desmorono
Tudo ringe, estático
Gárgulas incendiados
Pilastras as fendas
Um castelo em desabo
Desabafo barulho
Entulhos empoeirados
Teias abandonadas
Ninguém sabe de nada
Civis desesperados.
Quem já esteve nessa construção
E agora passa de mão em mão
Não imagina
O quanto faria...
Faria de tudo
Para que nesse desastre
Não te fizesse parte
Que nenhuma poeira
[De alguma maneira]
Chegaria atingir
A sua estrutura,
Para que suas rupturas
Sequer sentisse abalo.
Deixa reconstruir seu coração
Juras, de evitar decepção.
Por dentro somente escombros
De poesia a parte
Todo caco é arte.
Isso é um enfarto?

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Decifra-me

Rua das Rosários
Contramão a minha vida
Se ela é linda?
Eu sei!
Escolheu Arlequim
O doce da vida.
Chá de alecrim
Chás de alecrim.
Essa noite teremos
Chá de Arlequim!
Vou entrar em um sono profundo
Longe da profundidade
Da claridão dos seus olhos.
Eu sou aquele que mesmo rindo
Está chorando. Estão chorando!